quinta-feira, 22 de maio de 2014

REVOLTA DAS BARCAS FAZ 55 ANOS

Segue o histórico que Luiz D escreveu no fotolog Saudades do Rio, sobre o serviço das Barcas Rio-Niterói:

O transporte regular aquaviário na Baía de Guanabara foi iniciado em 1853, com a criação da Companhia de Navegação de Nichteroy, empresa privada que fazia o transporte de passageiros entre Rio e Niterói utilizando três embarcações.

Esta empresa foi sucedida pela companhia FERRY, criada em 1862, depois substituída pela Companhia Cantareira e Viação Fluminense, fundada em 1869, com o objetivo de transportar além de passageiros, cargas e veículos.

Em 1946, a Frota Carioca assumiu o controle acionário da Cantareira e, dois anos depois, a Frota Barreto passou a controlar a Cantareira e a Frota Carioca.

Em maio de 1959, um ciclo de greves, em função da disputa por maiores subsídios governamentais e aumentos de tarifas, provocou uma reação violenta da população, que depredou a Estação de Niterói, o estaleiro e até a residência dos proprietários da empresa.

O então presidente da República Juscelino Kubitschek desapropriou os bens da Frota Barreto, passando-os para o controle da União (A Revolta das barcas - Populismo, violência e conflito político, de Edson Nunes, editora Garamond, julho 2000).

Em 1967, o Governo Federal criou a STBG S.A - Serviço de Transportes da Baía de Guanabara, dentro do plano de estatizações então iniciado no país.

Além do transporte de passageiros, a empresa também operava o transporte de cargas e veículos, serviço este que foi extinto em 1974, com a inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva (Ponte Rio - Niterói).

Em 1971, a STBG S.A passou para o controle do Governo estadual, sendo dois anos depois criada a CONERJ - Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro.

Hoje em dia, o serviço está privatizado, a cargo das Barcas S.A.

Conta-se que a Frota Barreto, controlada pela família Carreteiro, fazia o conhecido tipo da empresa "pobre" de dono rico. O serviço era péssimo para dar a falsa impressão que a empresa sofria sérias dificuldades, enquanto seus empresários viviam do bom e do melhor. A baixa qualidade do serviço era desculpa para a empresa receber mais e mais empréstimos do governo, enquanto os usuários, que deveriam ser a prioridade do serviço, eram deixados de lado. A Marinha chegou a fornecer navios para o serviço Rio-Niterói, visando compensar a escassa frota.

Atualmente o serviço não parece muito diferente do que era feito na época. E se o público tinha, às vezes, que pegar as barcas de cargas e carros - não havia a Ponte Rio-Niterói e alguns veículos, mediante tarifa, faziam a travessia por algumas barcas especiais - quando faltavam as barcas comuns. Ironicamente, são essas barcas comuns que, restauradas, são as barcas reservas quando a frota de lanchas dos últimos anos se mostram insuficientes.











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